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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Razia Sultan




Já fizemos aqui uma apresentação do filme Razia Sultan, mas ao ter revisto o filme recentemente apercebi-me de que o meu texto original não lhe fazia justiça. Como tal, decidi voltar a escrever sobre esta obra, desta vez mais aprofundadamente.

Razia Sultan foi realizado em 1983 por Kamal Amrohi, que também realizou Mughal-e-Azam, Pakeezah e Mahal, entre outros.

Tendo como personagem principal aquilo a que podemos chamar uma "princesa guerreira" (que depois passa a rainha), Razia Sultan inspira-se na história verídica da primeira regente muçulmana. O filme passa-se no séc. XIII, numa altura em que era hábito as princesas muçulmanas receberem treino militar e de governação de forma a estarem aptas a assumir o lugar de governantes se necessário.

No caso de Razia (Hema Malini), o treino militar é-lhe prestado pelo esravo abissínio Yakut (Dharmendra), que, findo o período de aprendizagem, é tornado homem livre pelo Sultão (pai de Razia). Na época, os abissínios eram muito procurados pela sua robustez física e pela sua fama de serem particularmente leais.

E é exactamente com base na lealdade do ex-escravo que o Sultão decide confiar-lhe o seu último desejo: que Razia lhe suceda. Yakut decide gravar o testamento do Sultão na própria pele, de forma a garantir que a sua transmissão ao povo é assegurada.

No entanto, quando chega a hora de coroar um novo regente, o irmão de Razia usurpa o trono. Mas o seu reinado é de pouca dura, pois a sua tirania e o seu constante deboche fazem o povo pedir ajuda à sua legítima rainha.

Razia decide reclamar o que é seu e põe o irmão no lugar. No entanto, e apesar de ter provado ser merecedora do respeito e afecto dos súditos, a classe religiosa (e parte da classe guerreira) não lhe perdoa a relação com um homem negro. E por muito que Yakut tente protegê-la das intrigas do palácio, Razia não esconde a sua preferência por ele.


Razia Sultan é um filme de época muito interessante e aborda a figura feminina de forma radicalmente diferente daquela a que estamos habituados nos chamados "muslim socials". Aqui a mulher não é um cortesã, mas sim uma rainha, e a sua figura não é delicada, mas poderosa. E Hema Malini é talhada para este tipo de papéis.

Enquanto épico, é interessante ver que Razia Sultan influenciou de alguma forma o cinema moderno, e um exemplo bastante óbvio disso é Jodhaa-Akbar. Aliás, a cena em que vemos Jodhaa lutar com um véu a cobrir-lhe a cara é um decalque deste filme.

E por falar em véus, Razia ficou conhecida - e isso é mostrado no filme - por durante o seu reinado surgir em público sempre com a cara descoberta.

Outro aspecto que acho muito interessante é a banda-sonora do filme. Eu tenho-a em disco e é gigantesca, e no entanto só aparecem cinco canções no DVD que comprei.
Uma das que não surge na versão que tenho é a que vou colocar em baixo e que poderia muito bem constar naquilo a que gostamos de chamar "Coreografias Picantes do Cinema Indiano".

8 comments:

Ibirá Machado disse...

O.O!

Que clipe mais ousado! Adorei!

Mas que ideia ridícula é essa de tirarem as cenas de música nas versões vendidas no ocidente??

bárbara disse...

Mas a versão que eu comprei é indiana mesmo!
Mas isto é o que parece, não é?

Ibirá Machado disse...

Ué, mas agora não entendi mais nada. Se a própria versão indiana não tem todas as músicas, será que as músicas realmente existem?...

(isso faz-me lembrar da máxima: quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?... ok, deixa pra lá)

Ibirá Machado disse...

As mulheres desses filmes eram tão lindas. Só tenho isso a falar hoje.

bárbara disse...

LOl! É claro que existem, estão no Youtube :P

Sim, elas eram lindas. A Hema Malini para mim é uma deusa.

Unknown disse...

Já estou com curiosidade em ver este filme.Deve ser giro!

bollywooddeewana disse...

I bought this from eros recently and i haven't watched it and i don't think i saw this song while previewing the disc, was your dvd an eros one as well if so its likely they snipped it out which really pisses me off

bárbara disse...

The DVD I bought was one of those "2 in 1" editions so I suspect that's the reason why some of the songs were left out. But it did have teh Eros logo on the corner.

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