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quinta-feira, 18 de junho de 2009

Mughal-e-Azam

Ontem terminei de ver o épico Mughal-e-Azam, um filme que desconhecia (eu sei, eu sei...) mas que descobri ser um marco no cinema indiano.

Lançado originalmente em 1960, demorou 9 anos a produzir, tendo-se tornado, pelos padrões actuais, o filme indiano mais rentável de sempre. E o segundo mais caro, ficando apenas atrás do Devdas de Sanjay Leela Bhansali.

Filmado quase na íntegra a preto e branco, em 2004 cumpriu-se a vontade do seu realizador e o filme foi colorido digitalmente por uma equipa gigantesca de senhores fechados em cubículos várias horas por dia. Et voilà, Mughal-e-Azam consolidou-se então como o filme indiano mais visto de sempre.

A história não é nova: um príncipe e uma plebeia apaixonam-se, vivendo um amor perigoso e proibido.

Se viram o filme Jodhaa Akbar já conhecem a história do grande imperador mogol Akbar e do seu casamento com a princesa rajput Jodhaa. Em Mughal-e-Azam vemos o que aconteceu depois, quando o único filho dos imperadores, Salim (Dilip Kumar), se apaixonou pela bailarina Anarkali (Madhubala).

Vivendo uma relação secreta, rapidamente se tornam alvo de intriga de outra das bailarinas do palácio, que faz chegar aos ouvidos do imperador que o herdeiro real anda enrolado com uma "criada". A fúria do imperdor abate-se sobre os dois e Anarkali é atirada para os calabouços. É de referir aqui que a actriz Madhubala se magoou a sério com as correntes com que estava presa (que eram verdadeiras) e acabou por ter de receber tratamento médico.

Mas o realismo parece ter sido mesmo uma preocupação fundamental de K. Asif, o realizador.

Ao sair da prisão sob promessa de se afastar do príncipe Salim, Anarkali faz uma maravilhosa actuação de kathak ao melhor estilo de Lahore em que reitera abertamente o seu amor pelo príncipe. E lá vai ela de volta para a prisão!

Essa cena foi a única coreografia a ser filmada a cores e o realizador pediu à cantora Lata Mangeshkar que gravasse a canção numa casa de banho para melhor replicar a acústica da sala do trono. Coloquei o vídeo no post para, tal como eu, poderem pasmar com esta magnífica cena musical.

À prisão de Anarkali sucedem-se várias tentativas de separar (física e emocionalmente) os dois amantes, culminando com... esperem, não posso contar o fim!


Eu sei que anda por aí muito boa gente que adora ver filmes com uma forte vertente musical e romântica. Filmes em que as músicas são impecáveis assim como as coreografias que as acompanham. Filmes em que as personagens debitam frases poéticas arrebatadoras como se nem tivessem de pensar muito nisso. Pessoal, este é o filme.

Adicionalmente, é uma grande oportunidade de (re-)conhecer dois dos grandes rostos do cinema indiano mais antigo, o galã Dilip Kumar e a belíssima Madhubala.
Além disso, é notória a influência que Mughal-e-Azam teve nos filmes de época produzidos hoje em dia.


2 comments:

Carol Juvenil disse...

Me apaixonei pelo filme!Foi meu primeiro filme antigo indiano, e não poderia ter sido melhor.Eu ficava nervosa, com raiva...foi mágico.Madhubala era meio estranha, mas tudo bem.Às vezes ela tentava deixar os olhos meio vazios para mostrar que já nem sentia mais nada e acabava parecendo meio dopada/drogada.Mas a cena dela declarando seu amor musicalmente mexeu demais comigo, não acreditava na ousadia de Anarkali!

O mais difícil mesmo foi esquecer minha mentalidade moderna e aceitar que poderia ser agradável ficar deixando um homem ficar passando uma pena no meu rosto.Certo, ainda não entendo como isso possa ser agradável, mas aí é com a Anarkali.Gosto é gosto.

O duelo entre as duas dançarinas foi lindo, assim como a canção que o escultor cantou.Tudo foi lindo.

Filme SENSACIONAL!

bárbara disse...

Eu sei!!! É isso mesmo que eu penso, amo este filme!
E também não entendi a coisa com a pena...

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