Em 1958, o realizador Kamal Amrohi e a sua esposa, a actriz e poetisa Meena Kumari, decidiram passar para a tela a história de Pakeezah, que signifca "pura" em Urdu.
Os dois tiveram uma relação tempestuosa que acabou em divórcio, reconciliação e nova separação.
Enquanto isso, a produção de Pakeezah ficou parada, tendo sido retomada apenas em 1968 quando o actor principal Raaj Kumar juntou Kumari e Amrohi, que aceitaram terminar o filme. Meena Kumari morreu pouco depois da estreia de Pakeezah no cinema.
Sahibjaan - que mais tarde recebe o nome de Pakeezah - é a filha do amor proibido entre a cortesã Nargis e Shahabuddin, um homem de boas famílias que se vê obrigado a deixá-la.
Sahibjaan cresce orfã e é ensinada a dançar perante os clientes do bordel da sua tia materna, tornando-se a cortesã preferida de todos os convivas.
Durante uma viagem de comboio, uma Sahibjaan adormecida é observada inadvertidamente por Salim Khan, um guarda florestal de bom coração, que lhe deixa um bilhete apaixonado.
Gradualmente, Sahibjaan começa a cultivar uma paixão pelo seu admirador secreto e sente que algo se si está a mudar.
É então que, fruto do acaso, encontra Salim. Os dois reconhecem-se e Salim, desconhecendo a verdadeira origem de Sahibjaan, decide tomar conta dela. A seu tempo, Sahibjaan conta-lhe a verdade e Salim aceita-a, pendindo-a em casamento.
No entanto, o passado daquela que agora se chama Pakeezah volta para a atormentar e ela não consegue lidar com a situação. E mais não conto para não revelar o filme todo.
Além do contexto absolutamente avassalador que rodeou as filmagens, Pakeezah estava fadado a ser um filme grandioso. Em 1960, Kamal Amrohi escreveu o magnífico Mughal-e-Azam e em 1983 realizou o excelente Razia Sultan. Os três filmes são similares no detalhe e na atenção dispendidos com os cenários e com a indumentária.
Dos mesmo modo, têm todos grandes bandas-sonoras.
Sendo Pakeezah um dos filmes mais musicados que já vi, escolhi Chalte Chalte, uma das faixas mais bonitas do filme, aqui cantada por Lata Mangeshkar.
Se porventura alguém estiver a pensar em comprar este filme, recomendo que compre a edição da Shemaroo, que apesar de ter um logotipo irritante do lado direito do filme o tempo todo, nos oferece um digipack lindíssimo que inclui a letra das canções e uma nota introdutória.
Grande filme!
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Pakeezah
Escrevi sobre: Bollywood, Cinema Indiano, Crítica, Kamal Amrohi, Lata Mangeshkar, Meena Kumari, Mughal-e-Azam, Música Indiana, Muslim Socials, Pakeezah, Portugal, Raaj Kumar, Razia Sultan
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