Finalmente vi o meu primeiro filme tamil - ainda que dobrado em Hindi!
Já há algum tempo que queria ver Roja, e os motivos são vários: é o primeiro filme daquela que é chamada a "trilogia sobre terrorismo" do realizador Mani Ratnam (o mesmo de Bombay e de Dil Se) e tem a primeiríssima banda-sonora assinada por AR Rahman.
Descobri também que a fotografia foi assegurada pelo grande Santosh Sivan, por isso o filme tem imagens muito bonitas e poderosas. Um deleite visual.
Realizado em 1992, Roja tem como pano de fundo a questão do separatismo em Caxemira.
Tudo começa quando a aldeã Roja (que significa mesmo "rosa") casa muito contrariada com o ex-noivo da irmã.
Roja (Madhoo) é uma rapariga tamil muito simples e o seu novo marido, Rishi (Arvind Swamy), é um rapaz sofisticado da cidade, que trabalha para os serviços secretos indianos.
Rishi vai à aldeia tamil de Roja para conhecer a irmã dela - com quem tem um noivado arranjado -, e esta implora-lhe para que casa com outra, visto que ela já tem namorado e é com ele que quer ficar.
Rishi decide então casar com a encantadora Roja, que ao perceber o gesto do marido acaba por aceitá-lo e apaixona-se por ele.
Rishi é então chamado a Caxemira em trabalho, e Roja decide ir com ele. Rishi torna-se rapidamente um alvo dos separatistas, que o raptam e o levam para as montanhas, exigindo a libertação de um conhecido terrorista em troca da liberdade de Rishi.
A partir daí, Roja é forçada a enfrentar a indiferença das autoridades, que não estão muito interessadas em negociar a libertação de Rishi.
Roja apela primeiro à polícia, depois ao exército, depois ao ministro e inclusivamente ao terrorista cuja libertação é reivindicada pelo grupo separatista.
No entanto, os obstáculos são muitos.
Ela só fala Tamil e ninguém a percebe, e o máximo que consegue fazer é arranhar algumas palavras em Inglês e apelar emotivamente a tudo e todos para que a ajudem a resgatar o marido.
Ao longo do filme, vemos o contraste crescente entre Rishi, o refém, e a sua determinada mulher Roja.
Rishi grita "Jai Hind" aos separatistas enquanto estes o espancam e demonstra o quanto o seu patriotismo está acima de tudo.
Roja, é exatamente o oposto. Ela diz claramente que não quer saber da Índia nem de Caxemira, só quer o marido de volta.
A atuação da atriz Madhoo é simplesmente brilhante e o filme pertence-lhe, sem dúvida alguma.
O que realmente não é espetacular é a banda-sonora (ainda que com algumas faixas cantadas pela magnífica Chitra), mas damos o desconto por ter sido a primeira de AR Rahman.
Aqui fica um aperitivo.
7 comments:
Pois é... já eu não gostei muito desse filme. Eu acho que eu teria gostado bem mais se não fosse tão, tão, tão patriótico e - a meu ver - anti-islâmico... eu critiquei as falsidades todas existentes nele, mas acho que fosse hoje eu teria apreciado mais. O problema mesmo é o over patriotism.
Eu não acho o filme em si anti-islâmico, só as personagens. E acho que a heroína do filme é Roja, que é 100% sentimento, por oposição ao marido, que às vezes parece demasiado ingénuo no seu patriotismo.
PS.: OK, se substituirmos "anti-islâmico" por "anti-paquistanês" eu aí já concordo :)
Você tem dupla razão: o filme pertence a Roja e por isso é também o nome da obra; e sim, é isso mesmo, é totalmente anti-pakistan...
Como achei o Dil Se estranhíssimo,este aí já não me anima muito...
Estou ouvindo a música do clipe agora...que engraçada!Me lembrou música de abertura de anime! :P
Ahahahahah! Ok, se fecharmos os olhos até pode parecer.
Com o tempo, o Dil Se tornou-se um dos meus filmes preferidos. É muito bizarro mas muito lindo também.
Eu venho aos poucos descobrindo o segredo do "com o tempo" :)
é uma sabedoria que se conquista...
...com o tempo!
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