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sábado, 7 de novembro de 2009

Dil Se


Quão bom pode um filme ser? Se queremos um filme intenso preparado à moda indiana, esse filme é Dil Se.

Já esperava muito deste filme, um dos mais emblemáticos do actor Shah Rukh Khan, e garanto que não foi uma desilusão, muito pelo contrário.

Dil Se foi a última película de uma trilogia dedicada ao terrorismo realizada por Mani Ratnam. Os anteriores foram Roja (1992) e Bombay (1995).

Dil Se, lançado em 1998, por alguma razão foi um fracasso de bilheteira na Índia. No entanto, foi um sucesso junto do público internacional (esteve no top 10 de bilheteira no Reino Unido) e também junto da crítica.

A história começa de forma simples: um repórter idealista (Shah Rukh Khan) apaixona-se à primeira vista por uma misteriosa desconhecida (Manisha Koirala). Canta sobre ela, procura-a, tenta seduzi-la, mas sem qualquer fruto. Ela não o deixa aproximar-se e repele-o, o que dá a entender que das duas umas: ou não gosta dele ou tem algo a esconder.
Pois bem, é a segunda hipótese.

A bela e furtiva Meghna faz parte de uma guerrilha separatista que luta pela independência face ao governo sedeado em Delhi. Durante o filme não fica claro a que zona pertencem os guerrilheiros nem a sua religião. Apenas é sublinhado que estão dispostos a levar as suas reivindicações às últimas consequências. E ela tenciona fazê-lo.

Dil Se tem a estrutura normal da maioria dos filmes indianos: uma primeira parte ligeira para que o público fique aconchegado para aguentar a segunda parte avassaladora. E olhem que é mesmo.

Enquanto Amar (a personagem de SRK) tenta perceber qual é o segredo de Meghna e faz tentativas românticas e algo ingénuas para a conquistar, nós - espectadores - vamos entrando na cabeça dela.

A actriz Manisha Koirala tem uma interpretação brilhante que quase nos faz sufocar na dor e no trauma de Meghna - não a pessoa, mas a terrorista. E é impossível não sentirmos alguma empatia por ela, pelos seus motivos.

A realização está também muito bem conseguida. Parece que estamos a ver um filme em dois ecrãs: num acompanhamos a tomada de consciência do jovial Amar daquilo que é a dura realidade da violência humana. Para Amar, o propósito máximo é que Meghna assuma o seu amor por ele.
No outro ecrã virtual da minha mente, está Meghna, que obviamente ama Amar mas cuja missão é outra.

Não vou aqui dizer se algum deles consegue aquilo a que se propõe. Mas por favor, por favor, vejam este filme. É mesmo bonito.

A música que acompanha Dil Se foi criada por AR Rahman, criador musical extraordinaire e referência quase constante aqui no Grand Masala. O vídeo que aqui vou deixar é da poderosa faixa Chal Chaiyya Chaiyya, que se tornou conhecida depois de também ter aparecido num filme de Spike Lee.

17 comments:

Ibirá Machado disse...

Ok, vou acatar aos apelos, mas preciso antes baixá-lo :S

Só sei que Chal Chaiyya Chaiyya eu já tinha (daquela lista que meu amigo indiano me deu) e minha amiga moçambicana, um dia ouvindo músicas em meu MP3, assustou-se com esta, dizendo que ela era parte da trilha sonora de uma novela brasileira que passava em Moçambique. O curioso foi saber que por lá trocaram as músicas em incluíram uma de Bollywood, totalmente desconhecida por aqui!

Fui checar os fatos e descobri que era mesmo verdade, graças à grande comunidade indiana que existe por lá :)

bárbara disse...

Incredible telenovela!

Vinicius disse...

Esse filme deve ser muito bom

E sobre a música eu já tinha ela desde 2007 antes mesmo de saber o que era Cinema Indiano ela fez Parte da Trilha Sonora – Internacional da Novela Global Paraíso Tropical com Alessandra Negrini, Fabio Assunção, Camila Pitanga e Wagner Moura.

Na época eu tinha adorado a música e baixei logo.
Mais nunca que ia imaginar que a música era indiana rsrs

Unknown disse...

Já conhecia a música e claro, o AR Rahman é soberbo. Tb uns amigos indianos já me tinham aconselhado e perante a tua insistência é claro k o irei ver...

bárbara disse...

Sim, pessoal, o filme é lindo. Amei ^_^ E pf vejam tb este vídeo.

Ibirá Machado disse...

Wah!!! :D:D:D:D:D:D

Carol Juvenil disse...

Já fiz download do Dil Se há um tempo,porém ainda não o assisti :)

É claro que a Meghna foge do Shahrukh Khan por ter algo a esconder.Que indiana fugiria do Shahrukh Khan? ¬¬'

Olhem isto aqui: http://www.youtube.com/watch?v=euN2MniAxsA

*-*

Carol Juvenil disse...

Vinicius,não acredito que foi trilha da novela! :O Nem me lembro!

Ibirá Machado disse...

Carol, pior que fui checar na mademoiselle Wiki e ela me disse que realmente essa música fez parte da trilha da novela aqui no Brasil. O que eu tinha ouvido é que ela tinha sido incluída na versão da novela que foi exportada para outros países... até porque fiquei sabendo disso pela minha amiga moçambicana que era fã dessa música por causa da novela... agora fiquei perdidinho!

E meu pai amado, quem são esses Castilho Kids??? Nem a Wiki soube responder! :-o

bárbara disse...

Castillo kids!!! Oo
Eles parecem ser bastante conhecidos, há milhares de fotos deles online. :O

Nisso da novela talvez a Wiki esteja enganada, era impossível vcs não se lembrarem.

Carol Juvenil disse...

Pelo jeito é da novela mesmo,digitei algo na internet e apareceu o.o Não me lembro de modo algum!

Essas Castillo Kids...sei lá,eles tem uns 200 vídeos no Youtube cantando DE TUDO.De Jonas Brothers a Beatles,passando por músicas japonesas.Tinha visto esse vídeo há semanas,e lembrei por causa do post.São americanos...ou melhor,ESTADUNIDENSES(correções by Ibirá e meus profs do pré).Fofoooooos \o/

Ibirá Machado disse...

Eles podem até ser estadunidenses (porque americanos todos somos), mas que são também chicanos, ah isso são com certeza! O rosto e o nome não enganam!

Carol Juvenil disse...

Ainda gosto mais de "americanos",tsc.

Ah,é E.U.A,né?Lógico que os pais deles devem ser de algum canto do México ou do resto da América.

bárbara disse...

Eu também prefiro americanos ou norte-americanos. "Estadunidenses" nem sei se existe no novo acordo ortográfico.
É como canadianos vs. canadenses :P

Iseedeadpeople disse...

Barbie, acabei de assistir Dil Se, esperando que fosse mais um dos filmes bobocas de Bollywood com mocinhas sonsas dançando em campos de trigo, e qual não foi minha surpresa de ver um filme tão denso, tão poético, tão...ah sei lá!

É uma OBRA DE ARTE, e sobre o fato dele ter feito sucesso na Europa e ter fracassado na India, só prova uma coisa: europeus tem o gosto muito mais apurado e artístico que os indianos (que só gostam de baboseiras).

Um dos melhores filmes que já assisti - e não falo apenas de cinema indiano =)

Iseedeadpeople disse...

Ah sim, o grupo separatista do filme é do Nordeste da India. Meu marido é de Assam, e realmente há vários grupos que lutam pela separação das "7 irmãs" (7 estados do Nordeste)da India. O que eu até concordo, visto que é uma região de cultura muito mais assemelhada ao Nepal e Butão que da India.

No filme não tem como não torcer por eles. O Nordeste da India é totalmente discriminado e desassistido pelo poder central.

bárbara disse...

Esse filme é muito bom mesmo, merece ser visto por toda a gente. Se calhar deves ver o Bombay, do mesmo realizador. Também é muito bonito.

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