Quando um filme leva 12 minutos a apresentar os créditos de abertura, dando-se ao trabalho de nos presentear com um prólogo que inclui carros empanados que param em frente a casas assombradas decoradas com retratos que falam e mexem e comboios com passageiros que se transformam em algo cruzado entre um lobisomem e um iéti que atacam noivas vestidas de vermelho porque lá devem ter qualquer sangue taurino a correr nas suas veias, então é nesse momento que o nosso coração dispara com a adrenalina de quem sabe que vai passar umas boas duas horas e meia frente ao ecrã.
No entanto, este Jaani Dushman está mais próximo de uma qualquer tragédia shakespeariana do que um conto de Stephen King. Sigam-me para o próximo parágrafo que eu já vos explico tudo, enquanto passam os olhos por uma apavorada Reena Roy.
Lá diz o ditado: "Em equipa vencedora não se mexe", e é exactamente o que acontece com este Jaani Dushman, o filme que Raj Kuhmar Kohli fez depois do enormemente bem sucedido Nagin, já aqui referido. Rekha volta, assim como Sunil Dutt, Reena Roy, o grande Jeetendra (afinal Nagin não provou ser o seu último filme, como anunciado nos créditos de abertura desse filme...) e Laxmikant Pyarelal na banda-sonora. O resultado foi um enorme sucesso blockbuster. A história é básica: noivo traído por noiva na noite de núpcias, morre envenenado e vira Ju-on. Com pêlos. E garras. E com fotossensibilidade ao vermelho nupcial. E com tendências assassinas. Básico, não acham?
Ora, isto quer dizer o quê? Quer dizer que durante todo o filme vamos ter uma verdadeira procissão de noivas que vão sofrer ataques do Lobiéiti (chamemos-lhe assim para bem da prosa), até ao desfecho final que se adivinha excitante. Sim, porque se tivessemos só uma noiva o filme acabaria num instantinho, não era? Há que preencher o tempo. E se neste preciso momento estão a pensar: "qual será o comic relief deste filme desta vez?", bem, só vos tenho a dizer que é vesgo e tem voz de apito. O que para mim é quase tão assustador como a imagem que se segue.
A esta hora do campeonato, o leitor concerteza estará a pensar que tem que ver este filme com a máxima urgência. O meu conselho é: "Vão com calma". Isto porque este Jaani Dushman não é propriamente um filme de terror. "O quê?!", dizem vocês e com toda a razão. "Mas afinal o poster e as imagens deste post são só para enganar?!". Mais ou menos. Mas a culpa não é minha, acreditem. Também eu pensei que houvesse mais momentos de terror do que os que realmente há. Digamos que Jaani Dushman é um drama romântico com nuances de terror. Tipo isto. Mais ou menos, vá lá.
Pode dizer-se sem medo de errar que as cenas de terror somadas não devem atingir os 20 minutos. E já estou a ser generoso. Ora, isto num filme de duas horas e meia não é muito, pois não? Bem, mas o que lá está é bom e recomenda-se. E os efeitos especiais manhosos também não cá faltam para dar cor à coisa. Somando tudo, temos um Bollyhorror muito masala e a certeza de uma tarde bem passada. Eu não preciso de muito mais do que isto para ser feliz.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Jaani Dushman
Escrevi sobre: Bollyhorror, Bollywood, Crítica, Horror, Jaani Dushman, Jeetendra, Laxmikant Pyarelal, Portugal, Raj Kuhmar Kohli, Reena Roy, Rekha, Shankar Films, Sunil Dutt
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2 comments:
Oh boy!! Must see!
Mas vai com calma... Olha que eu se calhar pintei a coisa mais bonita do que ela é...
Só tive mesmo pena que o Lobiéti não tivesse tido mais tempo de antena...!
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