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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Nagin - A Mulher Cobra

Há filmes que são tão gloriosamente divertidos que a tarefa de escrever um texto que lhes faça justiça torna-se um desafio. Este Nagin que vos venho aqui falar hoje é um desses casos flagrantes de entretenimento e perdoem-me desde já se eu não estiver à sua altura.

Vou então optar por descrever o que se passa, sem tentar embelezar a coisa com frases ou tiradas mais ou menos cómicas para vos prender a atenção. É que este filme não precisa disso. Senão vejamos: logo no genérico, sobre a imagem de um buda vemos as palavras SHANKAR FILMS, seguidas de um breve texto explanatório sobre a lenda das Nagin (ou mulheres-cobra), seres extraordinários que possuem a capacidade de se transformarem em seres humanos, texto esse sobreposto sobre a imagem de um globo giratório pendurado por um fio. Ainda no genérico inicial, ficamos a saber que este irá ser o último filme de Jeetendra e que conta com a participação de grandes nomes como Feroz Kahn e Kabir Bedi (o célebre Sandokan da saudosa série televisiva). Logo aqui neste breves minutos introdutórios a adrenalina sobe vertiginosamente.

De seguida, somos apresentados à titular Nagin e ao seu companheiro serpentino, representados por uma belíssima Reena Roy e pelo atrás referido Jeetendra. A sua feliz existência irá ser perturbada por um mal-entendido provocado quando um caçador mata o homem-cobra ao pensar que este (na sua forma animal) estava a atacar a bela Nagin (na sua forma humana). Ora, mulher-cobra que se preze irá jurar vingança de morte ao caçador e aos seus amigos. Obviamente. Senão, não havia filme, não era? E, sem fazer spoilers, o resto do filme consiste na sua demanda assassina que irá fulminar um a um até que não reste nenhum. Ou será que é mesmo assim que tudo irá se passar? E mais não digo.

Como vêem, não há como não gostar deste filme e, embora eu tenha ficado um fã instantâneo deste Nagin, só tenho pena que o filme não consiga aguentar a qualidade dos seus primeiros 45 minutos que são perfeitos na sua montagem, atmosfera, representação e não-engonhanço da história. De qualquer modo, de todos os filmes feitos sobre este mito tipicamente indiano, esta versão de 1976 ainda hoje é a mais celebrada e a mais amada. E com alguma razão. As canções de Laxmikant-Pyarelal são deliciosas e o guarda-roupa e penteados dão o toque 70's kitsch final à coisa.

Ah!, quase me esquecia: o final é um verdadeiro cliffhanger! Poucas vezes senti a necessidade de roer as unhas tais eram os nervos que me provocaram os últimos minutos onde uma luta contra a morte é travada entre a Nagin e o último sobrevivente! Raj Kuhmar Kohli prova com este filme que merece toda a minha atenção e o resultado disto mesmo irão ver daqui a uns tempos no Grand Masala com mais uma crítica de um dos seus filmes. Enquanto isso, fiquem com um pequeno clip musical que envolve calças à boca de sino, colarinhos aflitos, peitos masculinos peludos à mostra exibindo redondos medalhões, cabelos com muita laca e uma festa que mais parece ter sido filmada na Baviera por altura da Oktoberfest (Festa da Cerveja para os mais leigos). Isto tudo emoldurado com corações, losangos e outra figuras geométricas. É ver para crer.

3 comments:

bárbara disse...

Eu ainda tenho de acabar de ver o filme - shame on me - mas concordo com tudo. Nada como filmes indianos antigos para nos animar o dia!

Ibirá Machado disse...

Mas que musiquinha mais divertida! Mas que texto mais cativante, uma vez mais! Mas que vontade de assistir Nagin!

bárbara disse...

OK, acabei de ver o filme.
WTF?????!!!!! O final é realmente um "cliffhanger". Mesmo!
O pior é que só mesmo no fim é que reconheci a Rekha. Lol! Acho que não estava preparada para vê-la sem sobrancelhas Oo

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