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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Der Tiger von Eschnapur

Hoje volto a falar de um filme das Índias - por isto entenda-se um filme que é filmado na Índia e com temática indiana.

Falo do Tigre de Eschnapur, na versão de Richard Eichberg, filmada em 1938.
Este filme vem como complemento da edição em DVD do Tigre de Eschnapur, versão Fritz Lang do qual já falei aqui, se bem se recordam os leitores mais atentos.

Ainda não tinha visto esta versão por achar que seria um pouco repetitivo, portanto, qual não foi o meu espanto ao ver que a história que se supunha igual se vem a verificar ser bem diferente.

Este filme conta a história de como Sascha Demidoff (Gustav Diessl) viaja até à Índia, na companhia de dois irmãos pouco escrupulosos, numa busca pela que lhe cativara o coração em Paris e da qual tivera notícias que se tornara mulher do Marajá: Sitha - que também se chamará Indira no decorrer do filme (La Jana).

E assim é que o bom do Sascha, aproveitando a expedição de caça levada a cabo pelo Marajá para capturar o comedor de pessoas que atormenta a sua província, se faz convidado do referido Marajá, Chandra (Philip Dorn).

Não sabemos o que se passou em Paris para além de nos informarem que Sitha era por lá bailarina. O que sabemos sim é que Sascha está perdidamente apaixonado por Sitha e que, ao menos isso, o seu amor é correspondido.
O que naturalmente os colocará em situações delicadas que farão com que ambos abandonem a corte e fujam para a Europa, em particular para Berlim. (ainda mais em detalhe, aqui)

Concerteza que Chandra não deixa a situação passar, mais a mais, estando constatemente a ser instigado por um dos maus da fita, o Príncipe Ramigani (Alexander Golling), e então decidem eles próprios embarcar num tour europeu em busca da Sitha/Indira, acabando por encontrá-la.

Este filme, como o homónimo, é um filme de abenteuer, na melhor tradição dos de capa-e-espada, com direito a lutas com animais ferozes e duelos de sabre mas, se por um lado o do Fritz Lang me parece melhor na medida em que nos mantém colado ao ecran com expectativa, este parece-me melhor como fonte de entretenimento, ajudado pelo facto de ter frequentes cenas pitorescas do dia-a-dia seja das gentes indianas (ilustrando alguns dos seus costumes e dos animais que por lá habitam) bem como das europeias.

Lá para o meio há uma festarola de monta, na qual podemos ver uma performance da Ballet Indiano Menaka e, se não me engano com a própria Menaka, uma reputadíssima bailarina formada por Pandit Sitaram Prasad, que por sua vez, recebeu formação directa de Bindadin o Marajá de Lucknow, reputado (e por reputado entenda-se, mítico) bailarino de Kathak e compositor.

Menaka ficou muito conhecida nos anos 30 pela sua abordagem inovadora ao Kathak e pelo seu trabalho de divulgação da dança tradicional indiana pelo mundo, trabalho este levado a cabo pela tal companhia de dança supramencionada.

Não conheço muito a história desta companhia de dança, mas ao descobrir estas coisas, fiquei com muita vontade de fazer alguma arqueologia musical em busca de tesouros do passado recente indiano.

Já as sequências de dança de Sitha/Indira, no seu estilo de cruzamento entre dançarina do Bali e Mata Hari tão ao gosto das gentes da altura, deixa um pouco a desejar porque a moça, apesar de bonita, não vale nada como bailarina... mas isso é ao menos, porque a história é boa bem como o ritmo do filme, não chegando a haver momentos mortos, como se quer num filme de aventuras. Gostei.

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