Bhoot Bangla - A Casa Assombrada

Cheguei até Bhoot Bangla através de um post noutro blog e acabei por encontrar um filme divertido, bem filmado e cheio de surpresas agradáveis.

Bhoot Bangla - A Casa Assombrada é um filme de mistério filmado a preto e branco em 1965 e realizado por Mehmood, o actor cómico de quem já falámos antes ao escrever sobre Gumnaan.

Em Bhoot Bangla, Mehmood é Mohan, o líder de um clube de jovens que aspiram a praticar boas acções e a ajudar o próximo. Neste caso, o próximo acaba por ser Rekha, uma rapariga cujos membros da família têm vindo a morrer um por um, tudo levando a crer que será ela a próxima vítima.

As mortes são atribuídas a um homicida (que todos julgam ser o tio de Rekha) com a ajuda de alguns elementos sobrenaturais.

Para investigar a fundo o caso - e a mansão assombrada onde as mortes ocorrem - Mohan recruta Pancham, um colega do clube de jovens que é interpretado pelo genial, espetacular, visionário RD Burman (aplausos, aplausos!), compositor das melhores bandas-sonoras do cinema indiano pré-AR Rahman (é a minha opinião, pronto).

Ao procurarem as assombrações que habitam a mansão, Mohan e Pancham acabam por encontrar algo de que realmente não estávamos à espera: esqueletos espectrais que dançam pelos ares, numa cena musical estilo Daft Punk em Around the World. Creio que esta cena já se tornou de culto, senão vejam:



Logo na abertura do filme, Mehmood (enquanto realizador) dedica a película a Guru Dutt e confesso que não estava a antever a ligação. Às vezes temos alguma tendência a subvalorizar a comédia e os profissionais que nela se especializam e nitidamente foi isso que aconteceu.
Pois que além de ser um filme bastante cativante e divertido, Bhoot Bangla está realizado de uma forma bastante elegante, pode dizer-se. Além de fazer uso do jogo luz/sombra que Dutt tão bem sabia explorar, Bhoot Bangla tem uma cena de luta (diz-se que roubada de West Side Story) em que de facto não se luta, dança-se.

Felizmente (ou não) algumas destas referências passam-me ao lado, pelo que consigo apreciar este estilo copy/paste de Bollywood sem reservas e por aquilo que é: good clean fun com algum mistério pelo meio, sempre intercalado por uma modinha do rock'n'roll. Vivam os anos 60!