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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Kuch Kuch Hota Hai

Kuch Kuch Hota Hai faz parte de um conjunto de filmes da década de 90 que até agora apenas conhecia pelos cartazes que antigamente via afixados em corredores dos centros comerciais da Mouraria, em Lisboa, e que por algum motivo sempre negligenciei.

Eu até sei o motivo: sempre me senti atraída pelos clássicos coloridos e algo kitsch do cinema indiano antigo e estes cartazes com atores adultos a dar uma de jovens modernos envergando roupa não só datada mas também pirosa (leia-se em PT-BR: brega, cafona) fazia-me acreditar que o cinema dos anos 90 não era para mim. Por isso, é com alguma vergonha que admito: sim, eu perdi a era dourada do cinema indiano em que atrizes como Kajol, Madhuri Dixit ou Karisma Kapoor reinavam e agora estou desesperadamente a tentar recuperar o tempo - ou os filmes - perdido(s).

No entanto, houve uma coisa que eu sempre reconheci: nada, mas nada mesmo bate as músicas dos anos 90. Que pop jovial, inovadora, catchy, enfim, viciante foi fabricada nesses tempos. E Kuch Kuch Hota Hai tem uma banda-sonora deliciosa. É um bom começo, não?

Pois bem, o generoso Ibirá do blog Cinema Indiano fez o grande favor de me "ceder" Kuch Kuch Hota Hai. E desde já agradeço, aqui, onde todos podem ler.

Assim que o filme começou fiquei imediatamente presa à história e às personagens.


Os reis Shah Rukh Khan e Rani Mukherjee interpretam Rahul e Tina, um casal que acaba de ter a sua primeira filha. O problema é que Tina sofre complicações irreversíveis durante o parto e a sua morte é uma questão de horas. Por isso, Tina decide escrever oito cartas à filha recém-nascida, cada uma a ser entregue no dia do seu aniversário durante os primeiros anos de vida da criança.

Na oitava carta, Tina revela à filha a identidade da pessoa que inspirou o nome que lhe foi dado ao nascer, Anjali. E aqui entra outra rainha, a espetacular-linda-magnífica Kajol.


Num flashbak narrado por Tina, conhecemos Rahul e Anjali, os melhores amigos da faculdade. Ele é um engatatão inveterado, ela é uma maria-rapaz cheia de energia. E são obviamente feitos um para o outro, embora nenhum deles o veja.

É então que chega uma nova aluna à faculdade, a sexy e sofisticada Tina, por quem Rahul fica absolutamente caidinho. Tina também gosta dele, mas apercebe-se de que entre Rahul e Anjali há mais do que simplesmente amizade. E pergunta-o directamente a Anjali.

Anjali tem então a sua epifania amorosa (adoravelmente representada no vídeo abaixo) e tenta conquistar Rahul. Mas as suas tentativas são falhadas e após uma rejeição inadvertida mas óbvia por parte de Rahul, Anjali decide ir-se embora. E nunca mais volta.

Tina continua a história, fazendo um pedido previsível mas mesmo assim comovente à filha: que localize e traga Anjali de volta para o pai, pois só assim os dois serão felizes. E começa a saga da pequenina Anjali em cumprir o desejo da mãe.

O realizador Karan Johar não falha. Este filme fez-me rir muitas vezes e chorar outras tantas. Está recheado de momentos cómicos perfeitamente integrados na narrativa e fala-nos diretamente ao coração quando é preciso.

Como é habitual nos filmes que produz ou realiza, Karan Johar aproveita o ambiente ligeiro e bem disposto dos seus filmes para de uma forma quase subliminar transmitir ideias de progresso e igualdade social, independentemente dos géneros, raça, religião ou identidade sexual. A sério. Vejam o filme com atenção e tentem "descobrir o Wally".

Sendo o primeiro filme que Karan Johar realizou, não está nada mal. Nada mesmo.

18 comments:

Pedro disse...

Adoro esse filme :D é bem gostosinho de ver e tb muito bonitinho

Vinicius disse...

Adoro esse filme :D é bem gostosinho de ver e tb muito bonitinho[2]

e as músicas são ótimas!! minha sobrinha de 3 anos adora por minha culpa hahahaha

bárbara disse...

Somos tão fofinhos! ^_^

Unknown disse...

Foi um dos primeiros filmes indianos que vi ,e para mim é um dos melhores de sempre. Já tinha falado dele em :

http://bollywood-portugal.blogs.sapo.pt/1116.html

e soube esta semana que este filme vai ter uma versão animada que falo em

http://cinema-indiano-bollywood.blogspot.com/2010/02/koochie-koochie-hota-hai.html

Claro,é mais um para ver!

bárbara disse...

Sim, a animação deve ser muito gira!

E é claro que eu li o teu post assim que acabei de ve4r5 o filme, eheh...

Ibirá Machado disse...

São todos fofinhos, mesmo, não tem como negar! E incluo as músicas deste filme na lista das fofurices, e nessas horas sinto saudades daquele país :)

"Gatatão" e "maria-rapaz" deveriam entrar nos parêntezis PT-BR, tanto quanto a coisa "pirosa", mas a gente se esforça e entende o contexto ;)

Barbie, estás já liberada a seguir postando. Eu, cada vez mais, acho que a gente tem que ser ainda mais feliz falando sobre cinema indiano. Não?

bárbara disse...

Essas duas eu achei que vocês perceberiam :P
Obrigada pela alforria...

Iseedeadpeople disse...

Eu achei esse filme uma bela duma porcaria. Demorado, nem sei como aguentei 3 hs assistindo a essa tortura! Cenas previsíveis demais, diálogos bobocas e ingênuos... não sei não, vai ver que ainda não estou acostumada com o universo Bollywoodiano.

A única coisa q presta são as músicas, especialmente "Ladki Badi Anjaani Hai" que é viciante...

PS: ri muito com o Maria-Rapaz. Eu era que nem a Anjani na minha adolescencia/ adultice jovem.

Iseedeadpeople disse...

Eu achei esse filme uma bela duma porcaria. Demorado, nem sei como aguentei 3 hs assistindo a essa tortura! Cenas previsíveis demais, diálogos bobocas e ingênuos... não sei não, vai ver que ainda não estou acostumada com o universo Bollywoodiano.

A única coisa q presta são as músicas, especialmente "Ladki Badi Anjaani Hai" que é viciante...

PS: ri muito com o Maria-Rapaz. Eu era que nem a Anjani na minha adolescencia/ adultice jovem.

Iseedeadpeople disse...

Ah, sou a Sheila Gogoi, do Facebook =)

bárbara disse...

Ahahahah! Sheila, eu adoro os teus comentários terra-a-terra.
(Eu seguia o Em Formol exactamente pelos teus pontos de vistas feministas com os quais concordo sempre. Aproveito para requisitar um convite para o teu novo blog...)

O universo Bollywoodiano impõe um verdadeiro salto de fé da nossa parte. É implicitamente machista e racista - os actores são todos branquinhos - e é muuuuuito desligado da realidade.
Onde já se viu o Shah Rukh Khan sempre a desempenhar papéis de jovem rebelde ou idealista? Ele tem idade para ser meu pai (um pai novo, mas meu pai).

Os melhores filmes indianos numa perspectiva não bollywood são os independentes.
Recomendo qualquer filme do Guru Dutt, o Mother India ou aqueles mais recentes como Mr and Mrs Iyer ou Bombay.
São filmes muito mais sérios e progressistas e não carecem do "salto de fé". Ok, tirando quando o povo canta e dança. Aí carecem :P

Iseedeadpeople disse...

Claro q te mando um convite! Mas p isso preciso do teu email =)

E SRK e Aamir, já nos 40 e muitos anos fazendo papéis de garotinhos de colégio é ridículo!
Taí outra coisa machista: os homens de 40 e muitos fazem papel de menino. Já as atrizes de 30 e poucos fazem papéis de matronas de sari, senhorinhas no fim da vida.... Coisa mais absurda do mundo foi a Tabu, com 30 e poucos anos, ser mãe do Kall Penn que tbm tem essa idade no filme Namesake - que não é de bollywood mas a diretora é indiana e muito preconceituosa, diga-se de passagem!

Será q os indianos não enxergam que as mulheres de 40 - pelo menos aqui no Ocidente - estão com TUDO? O q dizer de Jennifer Aniston, Hale Berry e tantas outras "coroas" maravilhosas?

bárbara disse...

Sim, a Tabu mãe do Kall Penn foi tipo... "WTF"? Péssimo casting, também achei. Ou punham uma actriz mais velha ou arranjavam um actor mais novo para fazer de filho. A Tabu é maravilhosa, é um filão por explorar. Mas Bollywood não tem papéis para mulheres adultas, só se for a fazer de "auntie" ou de mãe de alguém.

E isso é uma das grandes injustiças do cinema indiano para com as mulheres. Chegam aos 30 e toda a gente espera que se casem e abandonem a carreira. Só a Aishwarya tem sido esperta e tem continuado a trabalhar, mas pelo que leio em blogs indianos, há quem ache que ela já tem idade para pendurar as chuteiras.
O cinema fica mais pobre de cada vez que uma das grandes se casa.

Iseedeadpeople disse...

Só se forem muito burras p largar a carreira pra ficar com o marido! A Amrita Singh fez isso e tomou foi um big corno do Saif, q resultou em divórcio!

Agora, pior mesmo é qdo o cara nem marido é, e já quer dar uma de dono pra cima da namorada (vide Salman Khan).

bárbara disse...

A vida privada (ou não) do Salman Khan dava todo um blog. Ele esforça-se muito para dar a do machão. Eu tenho as minhas teorias ;)

Iseedeadpeople disse...

Salman Khan é paneleiro ? o.O

(eu sempre achei q ele tem cara que gosta da coisa hahahah)

bárbara disse...

Já falei demais...

bárbara disse...

[Nota da redacção: o termo em Portugal mais politicamente correcto para aquilo de que estávamos a falar seria "gay", embora eu também simpatize com "queer". ^_^]

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