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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Kisna: The Warrior Poet

Lançado em 2005, Kisna conta a história da jovem Katherine que, qual Cathy de Wuthering Heights, se apaixona pelo criado rebelde e obstinado, vivendo uma paixão que vai desde a infância até à idade adulta.

A história desenrola-se no período que antecede a independência da Índia e a subsequente separação da nação entre Índia e Paquistão.
Katherine (Antonia Bernath) é filha de um oficial inglês que aqui é apresentado como o vilão arquetipal, que despreza os indianos e impede a filha de privar com o seu grande amigo, Kisna (Vivek Oberoi).
Kisna tem outra amiga, Laxmi, que tem aquilo que podemos classificar de paixão obsessiva e improvável pelo herói. E isto porque a vemos, ainda criança, morrer de ciúmes de Katherine e dedicar-se de corpo e alma à religião (materializada através do yoga e da dança) na esperança de um dia ser recompensada com o amor de Kisna. A actriz Isha Sharvani tem a tarefa ingrata de desempenhar a personagem pouco desenvolvida e basicamente vazia de Laxmi, e nem as suas incríveis aptidões físicas para a dança e para o yoga (e nisto ela é mesmo fantástica) tornam Laxmi interessante.

Pretendendo criar aqui um paralelo com as figuras mitológicas de Radha e de Krishna, Kisna acaba por nos recordar de Lagaan, um filme maravilhoso onde essa simbologia é explorada de forma bem mais intensa através das personagens de Gracy Singh, Rachel Shelley e Aamir Khan.

Em Lagaan, a subtileza dos sentimentos entre a inglesa Elisabeth e o indiano Bhuvan, assim como a devoção deste último a Gauri, a sua eterna namorada, são verdadeiramente inspiradores e, pelo menos em mim, deixaram o sentimento de que o amor verdadeiro não precisa de ser consumado, apenas sentido, e que, talvez por isso mesmo, tem a capacidade de ser eterno.
Em Kisna, isto que eu acabei de dizer é verbalizado pela personagem Laxmi em conversa com Katherine, e o motivo pelo qual tem de ser tão explícito é exactamente porque o guião, embora tente apontar nesse sentido, não está muito bem construído e tudo tem de ser dito ou forçado.

O filme acaba por se repetir: além de perdermos a conta ao número de vezes de Katherine é raptada pelos vilões, volta e meia surge Laxmi a dançar sem nenhum motivo que o justifique.
E apesar de haver um óbvio crescendo da paixão que une os dois protagonistas, no final Kisna acaba por se separar de Katherine porque está prometido em casamento a Laxmi. Eu sei, há que honrar os compromissos. Mas tem de ser sempre à custa do amor?
Creio que foi um final moralizante desnecessário.

Dito isto, é recomendado para quem queira ver um filme de época com aventura e romance. Mas sem expectativas demasiado altas, por favor.

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