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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Kushi


Comprei o filme Kushi apenas porque gostei da capa, não sabendo nada sobre a história em si. Pelos vistos, este filme tamil de 2000 foi um mega-sucesso de bilheteira.
Foi tão bem sucedido que o seu realizador, SJ Suryah, tratou rapidamente de fazer dois remakes: Kushi, falado em Telugu e esteado em 2001, e Khushi, falado em Hindi e lançado em 2003.

A questão aqui é que Kushi não é um filme nada assinalável e não tem nada que se destaque que não a sua imensa simplicidade. Se calhar foi por isso que tanta gente o viu.

O filme começa com um narrador que nos explica como dois bebés estão destinados a encontrar-se em adultos e a amar-se para sempre.
Um é Jennifer, uma menina nascida numa família católica do Tamil Nadu, e o outro é Siva, filho de hindus de Calcutá.


Depois de uma série de desencontros durante a infância, Siva e Jennifer acabam por se conhecer finalmente na faculdade. No início simpatizam um com o outro, e trabalham em conjunto para unir dois amigos que namoram em segredo (basicamente porque o pai da rapariga é um mafioso intolerante que não aceita que a filha namore um rapaz de classe média).

No entanto, um dia Jennifer zanga-se com Siva porque o apanha a olhar sorrateiramente para a sua cintura. A partir daí, os dois amigos separam-se e, orgulhosos, mantêm-se afastados um do outro. O fim do ano lectivo aproxima-se e finalmente apercebem-se de que estão a perder tempo com comportamentos infantis. Como é previsível, há uma série de revezes lá para o final do filme que antecedem a inevitável união dos dois. Nada de mais, portanto.


Por outro lado, e aqui se calhar a falha é mesmo minha, custa-me sempre a aceitar algumas situações nos filmes indianos, normalmente devido à forma básica e até rude como muitos assuntos são abordados.

Por exemplo, na maioria dos filmes, a polícia é retratada como idiota e corrupta ou simplesmente não existe. Será essa a realidade de um país inteiro? Não quero acreditar nisso.
E depois há aquelas situações em que os conflitos se resolvem à pancada. Em Kushi, o pai mafioso da amiga de Siva manda os seus capangas matar Siva só porque este está a ajudar a sua filha. Em plena luz do dia!
O pai de Jennifer dá também vários estalos a um taxista que o levou pelo caminho errado.
Pergunto aos nossos leitores que já estiveram na Índia: lá as coisas são mesmo assim?
Ou estas cenas de pancadaria e ameaças físicas são a forma básica que alguns realizadores encontram para fazer passar a mensagem a uma audiência de pessoas simples? Eu acho que a transposição para o ecrã de comportamentos condenáveis em nada contribui para os erradicar, muito pelo contrário.

Outro coisa ilegal mas usual em alguns filmes indianos é a cópia descarada de músicas estrangeiras sem pagar direitos de autor. Do filme Kushi já conhemos a ultrajante Oh Venilla, pois fiquem agora com esta versão bizarra de Macarena. E sim, é mesmo a Shilpa Shetty.

4 comments:

Anônimo disse...

Cheira-me que isto teve grande sucesso por se parecer com um qualquer filme da outra Wood, a Holly (que, diga-se de passagem, já há muito perde essa segunda parte do seu nome...).

Ibirá Machado disse...

Olha só... um dos maiores sustos que levei na Índia foi a corrupção policial ocorrendo em todos os cantos, a olhos vistos, dia e noite, tal como nos filmes. E não foi por menos que no post de Mr. and Mrs. Iyer eu fiz questão de escrever "um prestativo policial", porque é realmente raro que sejam assim prestativos. Óbvio que não deve ser assim no país inteiro, mas é uma realidade que eu vi e revi algumas boas vezes, infelizmente.

Quanto à violência espontânea e despropositada, eu não presenciei assim em nível físico, mas em nível verbal sim, a todo instante também. Foi outro grande susto ver como eles reagem tão mal e tão estressadamente, sobretudo aos subalternos.

Enfim...

bárbara disse...

"Foi outro grande susto ver como eles reagem tão mal e tão estressadamente, sobretudo aos subalternos" - que coisa feudal!

Ibirá Machado disse...

Mas é!

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