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sábado, 17 de outubro de 2009

Jaan-e-mann, a brincar a sério

Jaan-e-mann é uma pedra. Lembro-me de ler que, quando estreou na sua terra, a opinião generalizada foi a de que se tratava de um filme tonto, sem sentido e apenas uma mais repetição do banalizado triângulo amoroso. E não temos qualquer pretensão em contrariar essa descrição. No entanto, onde esta descrição é considerada pejorativa, aos nossos olhos e considerando o filme no seu todo, esta descrição seria traduzida por “filme engraçado, e despretensioso” e que nos remeteu para um ambiente apenas comparável ao que se obtêm num filme de Jerry Lewis.
Não é à toa que, durante o filme, reflecti algumas vezes que poderia estar a assistir ao que Lewis poderia ter feito se fosse Indiano (e não é que não o tenha feito de forma insultuosamente brilhante) e à minha beira Lewis está na sala onde guardo os autores que admiro.

O guião tem um conjunto de acontecimentos que fazem o comum dos mortais expelir um esgar de “ya, tá-se mesmo a ver que isto acontecia na vida real!” e bem posso dizer “ya, é que a mim é que não acontecia mesmo!”. São esses pormenores forçados que possibilitam que a história flua como é devido e nos transporta a um encantamento subtil, ao qual parece que só sucumbimos quando o filme termina. A emocionalidade é atingida de forma talvez utópica, mas nunca forçada e tal é uma grande virtude do argumento e da execução das várias partes.
As interpretações não podem sequer ser classificadas entre boas ou menos boas, pode-se dizer sim que são maioritariamente ajustadas ao que é pretendido para que a história funcione como comédia romântica. Gostei bastante de Salman Khan, sendo provavelmente o seu melhor momento dos que já tive a oportunidade de ver.

A música do pródigo Anu Malik e as coreografias de Farah Khan combinam bem entre elas e com o espírito geral do filme e ajudam a alavancar bem os momentos em que estão inseridas. As variações musicais criam várias nuances de sentimentos sobre uma mesma base e são como movimentos num contínuo que se torna familiar a cada cena dramática, completadas pelas letras descomprometidas e inspiradas de Gulzar.

Não se compreende muito bem ao início qual o fascínio que Preity Zinta parece exercer sobre os seus apaixonados, mas com o correr dos minutos passamos a pertencer ao grupo, se formos xy, e passamos a querer sê-la, se formos xx. Para além de espalhar fofura cada vez que preenche o ecrã, a forma como caracteriza uma mulher dividida entre dois caminhos dispares, dependendo da escolha que faz por um dos homens que a amam, é a mesma que qualquer um de nós incertos de uma decisão sem consequências evidentes.


Akshay Kumar desempenha um papel consideravelmente afastado daqueles que é hábito fazer e consegue provar que é versátil, numa figuração tão patética como arrojada. Onde a coisa podia ter dado para o torto, faz com que seja este o trunfo que separa esta obra de muitas outras com semelhante objectivo. Só não rouba o filme porque estão os três a um nível alto.


Shirish Kunder é inventivo, tanto no argumento como a dirigir a câmara, mas é na montagem que sem grandes espectacularidades consegue agarrar todas as pontas e tornar as coisas fluidas. Muito bom trabalho, em especial quando não se põe a inventar justificações para os sincronismos que tornam a história idealista. Como exemplo, gostámos particularmente da cena em que ambos os apaixonados chegam a Nova York e logo ali, no meio da rua, conseguem imediatamente alugar o apartamento exactamente localizado do outro lado da rua do da amada.


Uma pequena diferença é que nunca existe no argumento um claro favoritismo por um dos pretendentes. Nenhum deles ganha preferência perante o espectador, pois não existe um bom e um mau. Cada um de nós pode escolher o que lhe agrada mais e o desfecho tanto pode pender para um lado como para o outro.

Em resumo, um filme divertido, com algumas nuances cinematográficas interessantes e que proporciona três horas de saudável distracção para a família (inclusive as disfuncionais) e vários momentos que ficam na memória, o que o torna um objecto lúdico bem acima da média, mesmo inspirado.

É um filme sobre paternidades... Para além de ser uma pedra...

5 comments:

Rodolfo disse...

ena, é isto que se chama actividade no blog.

se soubesse que ias fazer um post tinha adiado este... demasiada informação ainda faz com que os leitores se distraiam :D

folgo em ver-te a ver filmes amigo.

Rodolfo disse...

por "este", leia-se "o meu" :D

Unknown disse...

..pá.. tenho 3 em fila de espera.. para além da inspiração falta tempo, mas este último vai resolver-se em breve, eheh..
bj à familia..

Ibirá Machado disse...

Que difícil entender meu sentimento vendo o clipe desta música... num momento Akshay e sua cara de bonachão, noutro instante Salman e sua pose prepotente... difícil, difícil... :S

bárbara disse...

Sim, a Preity é tão foooooofa! Amo ^_^

Eu teria de escolher o Akshay, 'cause he be the man!!! :D


(arleqvino, vou só aumentar um niquinho as fotos para se verem melhor; se discordares depois avisa.)

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