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sábado, 22 de agosto de 2009

Amal

Não me sinto particularmente inspirada para falar deste filme - só mesmo porque não há muito para dizer - mas acho que devo fazê-lo.
Amal é um filme com uma história muito simples mas que nos deixa presos ao ecrã do início ao fim. E tem uma personagem principal particularmente encantadora.

Nunca tinha ouvido falar dele e creio que o motivo é porque se trata de um filme canadiano, realizado e escrito por canadianos, com um actor principal canadiano, e, embora rodado na Índia, foi filmado de uma forma propositadamente "ocidental". Não tem song and dance, os actores usam pouca ou nenhuma maquilhagem que se note, e os close ups servem para aumentar o grau de intimidade que temos com as personagens (e não para mostrar como os actores são bonitinhos).

Esta longa-metragem realizada em 2007 é uma adaptação de um conto escrito pelo irmão do realizador Richie Mehta e que já anteriormente dera origem a uma curta-metragem.

Começa assim: Amal (Rupinder Nagra) é um pacato condutor de riquexó, satisfeito por cumprir os seus deveres diários para com os passageiros que transporta. Um desses passageiros é a lojista Pooja (Koel Purie), que diariamente usa os serviços de Amal e que está obviamente embeiçada pelo simpático condutor.
Um dia, a carteira de Pooja é roubada por uma menina de rua. Amal, que não pode ver uma injustiça, persegue a menina para recuperar a carteira quando esta é subitamente atropelada por um condutor que rapidamente se põe em fuga. Sendo que a menina não tem família nem ninguém que olhe por ela, Amal leva-a ao hospital e começa a visitá-la diariamente. E assim nasce uma amizade sincera.

Paralelamente, Amal conhece no seu riquexó um passageiro excêntrico e antipático, o milionário G.K. Jayaram (Naseeruddin Shah) que, impressionado pela natureza altruísta de Amal, lhe deixa toda a fortuna em testamento desde que este se apresente perante a sua advogada - Seema Biswas, a mesma actriz de Bandit Queen - num prazo de 30 dias a contar da sua morte. O problema é que Amal desconhece que foi escolhido como herdeiro e cabe aos advogados de Jayaram localizá-lo a tempo.

Acontece então o pior. A menina atropelada necessita de uma operação urgente e Amal não tem outra solução que não vender o seu riquexó para pagar as contas do hospital. E a operação nem sequer oferece garantias de sucesso.

A partir daqui, é a expectativa total. Será que a miúda recupera? E o riquexó? E a fortuna? E será que Amal arranja finalmente uma boa rapariga com quem casar para que a sua pobre mãezinha possa morrer em paz? A minha boca é um túmulo!

Ao longo do filme, a mensagem é inequívoca: somos mais felizes se nos concentrarmos no que temos e no que podemos alcançar, do que se desperdiçarmos a vida a pensar em dinheiro e em coisas supérfluas que não fazem falta nenhuma. O que conta são as relações e sermos bons naquilo que fazemos (e, parece-me, naquilo que nascemos para fazer).

Gostei muito da realização de Richie Mehta, do desempenho bestial de Rupinder Nagra e de poder ver novamente no cinema um actor da minha infância (Roshan Seth, o ministro conspirador de Indiana Jones e o Templo Perdido).

E olha, afinal até estava inspirada...

2 comments:

Ibirá Machado disse...

Aaaahh, eu já tinha baixado esse filme, mas ainda não o vi... e gostei do texto :)

bárbara disse...

Gracias. Eu gostei mais do que achava que ia gostar.

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