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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Dasvidaniya

Comecemos com uma citação de Ghandi : "Aprende como se fosses viver para sempre; vive como se fosses morrer amanhã."

Dasvidaniya é o relato íntimo das últimas semanas de vida de Amar Kaul, um empregado de escritório a quem a vida parece passar ao lado.
Escravizado pelo patrão, tratado como criança pela mãe, ignorado pelas raparigas de quem gosta, Amar recebe um diagnóstico assustador: tem cancro no estômago e restam-lhe cerca de três meses de vida.

Incitado por uma voz na sua cabeça que o desafia a tomar riscos e a fazer aquilo que sempre quis, Amar faz uma lista com 10 coisas a fazer antes de morrer.
Entre elas estão comprar um carro, aprender a tocar viola, voltar a ver o melhor amigo de infância, e dizer à rapariga de quem gosta que sempre foi apaixonado por ela. E antes de mais, livrar-se do patrão.


Pelo caminho surgem algumas surpresas agradáveis como a prostituta Tatyana que o salva de uma tentativa de suicídio em cima de uma ponte e com quem aprende a dizer coisas bonitas em Russo como "Do svidaniya" (até à próxima). O título do filme aliás é um trocadilho com esta expressão e o número 10 em Hindi (diz-se "das").


Lançado em 2008, Dasvidaniya é a primeira incursão do seu protagonista, o actor Vinay Pathak, no campo da produção.
Pathak é considerado um dos grandes actores do chamado cinema paralelo indiano, embora de vez em quando dê uma perninha em Bollywood (como aconteceu em Rab Ne Bana Di Jodi). Aliás, ele actuava há bastante tempo nos palcos nova-iorquinos quando um dia decidiu voltar para a Índia avisando desde logo os colegas de que iria tornar-se uma estrela de Bollywood. E de certa forma, é-o.

Ainda que não apresente grandes surpresas para o espectador habituado a melodramas baseados em pacientes terminais, Dasvidaniya é um filme muito bonito e Vinay Pathak é, agora e sempre, um actor muitíssimo competente e exímio em suscitar empatia em quem o vê. E é através dele que o discreto Amar acaba por marcar indelevelmente as vidas das pessoas que lhe eram outrora indiferentes.

Ainda que nos deixe numa nota algo tristonha, a introspecção e a reflexão que Dasvidaniya inspira valem certamente a pena. Bom trabalho.

3 comments:

Ibirá Machado disse...

Eu simplesmente fiquei encantado com esse filme e com o Vinay. É um filme todo tão simples, mas ao mesmo tempo angustiante e muito sensível. Ai, que preciso também escrever sobre! Recomendamos, não? :)

bárbara disse...

Recomendamos, claro!

Aproveito para dizer: andas a escrever muito pouco! Hmpf!

Ibirá Machado disse...

Mujhe malum hai... :(

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