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terça-feira, 28 de setembro de 2010

The Japanese Wife

The Japanese Wife, lançado em Abril de 2010, é descrito pela sua produtora como sendo "a love poem by Aparna Sen".
E de facto, se um poema de amor e devoção indiano se cruzasse com a sazonalidade descrita num haiku japonês, teríamos algo muito parecido com este filme da realizadora e actriz bengali Aparna Sen.

Para The Japanese Wife, Sen recrutou o actor-fétiche do cinema paralelo indiano Rahul Bose e a delicada actriz japonesa Chigusa Takaku, e pô-los a trocar cartas de amor sem nunca se conhecerem.


Filmado na Índia e no Japão, The Japanese Wife apresenta-nos as personagens Snehmoy e Miyage, dois corações tímidos e solitários que se inscrevem num programa de troca de correspondência, iniciando uma amizade que durará para o resto das suas vidas.
Ao longo do filme, vão partilhando pedacinhos da cultura um do outro, trocando presentes e experiências, e oferecendo um ao outro a sua total devoção.

Quando a tia de Snehmoy decide que é chegada a altura deste casar, apresenta-o a Sandhya (interpretada por Raima Sen), uma parente afastada em idade casadoira.
Quando Miyage recebe a notícia, apresenta uma proposta bastante pragmática a Snehmoy: atendendo ao grande afecto que nutrem um pelo outro, o melhor será casarem, e assim o assunto fica resolvido. Um dia que possam, haverão de viver juntos.

Por enquanto, Miyage continuará no Japão a cuidar da mãe doente. Se entretanto Snehmoy conseguir juntar dinheiro para viajar até lá (o que se afigura improvável dado o parco salário de um professor indiano numa escola de aldeia), ficarão a viver no Japão.

Os anos vão passando lentamente e a situação permanece inalterada; subitamente, a catástrofe abate-se sobre Miyage.
Morre o seu cãozinho chamado Haiku (o nome deve-se ao facto de ser muito pequenino) e pouco depois é a vez da sua mãe.
Miyage, sentindo-se mais sozinha que nunca, decide partir para a Índia para junto do marido, mas é-lhe diagnosticada uma doença grave e vê-se obrigada a continuar no Japão para prosseguir os tratamentos.

Snehmoy começa então uma cruzada pela saúde da mulher; decide pedir licença no emprego e consulta todos os especialistas indianos que consegue encontrar, desde os que trabalham com medicina ayurvédica até ao melhor oncologista de Calcutá.

Depositando toda a confiança no marido, Miyage toma os remédios que este lhe envia, visto que nenhum tem dinheiro para viajar para junto do outro.

É então introduzido um novo elemento na equação: Sandhya, a antiga pretendente de Snehmoy, que depois de ter enviuvado é posta fora de casa dos sogros com o filho, sendo que só Snehmoy e a tia os acolhem.

Sendo que ao longo do filme nos vamos apercebendo que Snehmoy anseia pela intimidade que só uma esposa lhe poderá dar, a proximidade de Sandhya pode ser encarada como uma "tentação" para este marido celibatário. E sem dúvida Sandhya nutre sentimentos por ele.
Mas Snehmoy mantém-se focado apenas na busca pela cura da esposa, até ao fim.
Esta é a minha interpretação, outras leituras dirão que estamos perante um triângulo amoroso mais complexo.

Depois de várias incursões bem sucedidas enquanto argumentista, a realizadora Aparna Sen decidiu pela primeira vez usar um argumento de outro autor, neste caso uma adaptação de The Japanese Wife and Other Stories, do também bengali Kunal Basu. O resultado foi um filme que tem tanto de intenso como de contido e que certamente agradará a fãs da estética cinematográfica asiática.
Muito provavelmente falará também ao coração de muitos casais inter-culturais que se irão certamente rever nas angústias de uma chamada telefónica internacional que cai a meio ou nos gags inevitáveis quando somos obrigados a usar a língua inglesa como língua franca do amor.

Nas cenas finais do filme, temos a confirmação triunfante de que Miyage e Sehmoy são exemplos fabulosos daquilo que deve ser um/a companheiro/a para toda a vida. Menos do que isto não é aceitável.

7 comments:

Rodolfo disse...

não vi o filme, mas deveria.

pelo que a barbie-o me contou, a história é tocantemente maravilhosa e triste de um modo belo, evocando a glória do amor puro e casto que poderia ter sido cantada pelos trovadores adeptos da Mine.

Maryssol disse...

Este filme me deixou tão românnnnnnntica. Gostei imenso do filme, lindo, belo, tocante e ao mesmo tempo triste!!!!!

bárbara disse...

;)
É muito bonito mesmo.

Ibirá Machado disse...

I have to see.

bárbara disse...

You see.

Carol Juvenil disse...

É uma beleza. Gosto muito da dona Aparna.

bárbara disse...

Eu também <3

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