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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Mangal Pandey

Este filme já foi aqui referido algumas vezes. Normalmente à conta de filmes em que o Aamir entra, outras pela fotografia do Aamir em si. Parecem-me boas razões, cofcof, mas como revi o filme e gostava de colocar aqui uma das minhas cenas dançantes preferidas (a música, a letra, a cor, a liberdade transmitida…, a alegria do balbúrdia...), julguei ser boa altura para deitar fora (de mim) algumas palavras sobre os pensamentos que se me surgiram durante o revisionamento.
Por onde começar, hum… talvez por dizer que é um filme que mostra no seu todo um equilíbrio pouco usual. Dizer isto desta forma faz pensar que a coisa é bem-feita e aborrecida, mas por dentro desta mera descrição, está para mim implícito, uma obra que funciona em variados níveis conseguindo ser bom em todos eles.


Vamos por poucas partes. Quantas vezes é que já assistiram a um filme em que a voz off que narra diz exactamente aquilo que ouvimos os personagens a dizer e vos parece mesmo bem, ainda que não se perceba logo exactamente porquê? Qual foi o último filme que viram em que todos os condimentos mais banais do melodrama são usados de forma despudorada e ficaram felizes por ser assim? Quantas vezes viram um filme para o qual já sabem a sequência dramática que a história vai tomar e mesmo assim ficam fascinados quando ele se apresenta tal e qual o esperado? Qual foi o último filme que viram em que sentiram pena por não o poder partilhar com outra(s) pessoa(s) lado a lado?


É um filme em que se sente presente a câmara que o filma. O ecrã parece estar sempre bem medido nos elementos que contêm, seja nos grandes planos, seja nos abertos, onde realmente consegue imagens estonteantes. Bom trabalho de Ketan Mehta, cuja obra não conhecia. É um filme para se apreciar em grande formato e em pequeno vagar, como se lá estivéssemos. É fácil sentir o que se atenta. Todas as interpretações são boas, mesmo as (poucas) que são estereotipadas, mas sobretudo a dos dois casais principais. Mencionar o porte valoroso de Khan não é da minha lavra e aludir a beleza de Rani Mukherjee é escusado, mas que Toby Stephens na exposição do homem que interpreta é digno de nota, pela ingenuidade e na utilização do semblante/linguagem, já fica bem. O mesmo se pode dizer a um nível mais primário de Amisha Patel, porque sim.

A cena dos cães a lamber as munições e a passividade com que a coroa inglesa parecia lidar com a corrupção, em que o interesse económico se sobrepunha a tudo o resto, seja qual o valor “moral”, na normalidade da hipocrisia de todos os dias, formam um díptico que na minha memória há-de comparar sempre que semelhantes ideias sejam utilizadas em outros filmes.
A música, composta por
A.R. Rahman e com as letras de Javed Akhtar, não precisa de comentários para além da menção dos envolvidos…

Podia viver semanas a alimentar-me apenas desta curta passagem…

4 comments:

Rodolfo disse...

um dos meus filmes favoritos, sem dúvida!

bárbara disse...

Podes crer, sócio, esse filme está lá.
Só consigo dizer coisas boas. A temática é seria e o filme em si também o é.
E sim, eu própria senti vontade de resgatar a Amisha Patel e casar com ela, o que posso dizer?

É o filme Bolly que mais recomendo.

Ibirá Machado disse...

Indeed, indeed... yeh film bahut accha hai! Assisti lá na Índia, sem legendas... rsrs... estou para vê-lo novamente, dessa vez legendado, porque nossa senhora, é muito bom!

Anônimo disse...

Assisti ontem ....uma obra prima Indiana,fez-me sentir indiana.

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